terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Bastidores do filme Flores Raras

 
Com a queridissima Atriz Gloria Pires no elenco
 
 



Crítica: Os Penetras, com Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch.

Nova comédia brasileira é promessa de grande público nas salas de cinema, mesmo que seja um filme medíocre, e com poucos atrativos.
Na crítica que fiz sobre Até Que A Sorte Nos Separe (2012), digo que as comédias brasileiras encontraram uma fórmula meio manjada, muito ligada ao humor que vemos na televisão aberta, e com isso, já sabem como levar um grande público ao cinema. E Os Penetras é mais um claro exemplo disso.
Um filme que tem como protagonistas Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch já possui um grande apelo natural perante o grande público. Porém, não posso ser injusto, pois o filme de Andrucha Waddington não tenta se sustentar apenas nisso. É nítido que há uma intenção em desenvolver um roteiro com certa profundidade, com situações bem trabalhadas, desenvolvendo até momentos de maior dramaticidade, além de ser claro que há uma direção segura perante todo o filme. Mesmo assim, o filme não consegue conciliar bem os momentos cômicos com o desenrolar da história, e é sabotado pela falta de habilidade do seu principal protagonista.
Marco Polo (Marcelo Adnet), junto com o seu amigo, Nelson (Stepan Nercessian), são malandros profissionais. Entram em festas chiques e badaladas de penetras, e sempre que podem tentam tirar proveito das pessoas que conhecem. Certo dia, Marco Polo se faz de guia turístico para duas americanas, e acaba conhecendo Beto (Eduardo Sterblitch), que tentava se matar depois de ser rejeitado por sua esposa. O trambiqueiro acaba salvando a vida dele, e vê a possibilidade de enganá-lo, quando Beto pede para que Marco converse com a sua esposa, e descubra porquê ela a abandonou. Com isso, ele conhece Laura (Mariana Ximenes), e se apaixona por ela. Após tudo isso, Beto junta-se a Marco Polo esperando que ele ajude-o a reconquistar a sua esposa, enquanto o outro vai atrás de Laura para conquistá-la.
O que vemos no começo do filme é o que se repete em todo o seu decorrer. Uma trama que mostra coesão (embora apresente falhas, e peça pra que acreditemos em coincidências demais) e personagens interessantes, mas que impressiona por não conseguir divertir, como na parte em que ele se faz de dono do hotel para impressionar Laura, na cena do restaurante chinês, ou em toda a sequência da festa. E muito disso se deve ao fraco trabalho de Marcelo Adnet, que está muito abaixo do de Sterblitch, e Nercessian, o que se sai melhor do trio.
E digo isso como fã do humorista. É com tristeza que chego a uma conclusão: Marcelo Adnet não é um bom ator. Como humorista, ele é um dos melhores do Brasil, esbanjando criatividade, rapidez de raciocínio e inteligência nos trabalhos que faz na MTV. Mas como ator, seja cômico ou dramático, ele é sofrível. Chego a essa conclusão com base em seus trabalhos em Podecrer (2007), no abominável As Aventuras de Agamenom, o Repórter (2012), e agora em Os Penetras. Na hora de criar um personagem, estabelecer uma personalidade com base em um roteiro, sem se basear em estereótipos do cotidiano, ele mostra grande deficiência. O seu trabalho neste filme é extremamente frágil, e é nítido que quando investe na criação da personagem, e foge da sua zona de conforto, ele não consegue ser engraçado, e só chega ao seu objetivo quando vai para o humor físico, ou quando escracha de vez. E na parte dramática, a qualidade da sua atuação cai ainda mais, chegando a ser quase constrangedora. Não dá pra acreditar nas intenções daquele personagem, tudo parece falso e sem profundidade, é um texto jogado, sem vida.
Sterblitch é outro que não sai da sua zona de conforto, porém, a sua personalidade estranha combina com o papel. Ator de teatro, que foi para a televisão, ele traz para Beto uma fragilidade excêntrica que agrega complexidade ao papel, cria uma pessoa de verdade, com conflitos bem fora do comum, sem dúvida, mas ainda assim de verdade. Sterblitch sabe criar personagens, além de ser verdadeiramente engraçado, como na sequência no carro de polícia, o único momento em que o filme consegue arrancar gargalhadas. Este trabalho de Sterblitch é uma boa porta de entrada para o cinema, e espero que ele continue neste caminho, e escolha papeis mais desafiadores.
Quem está realmente muito bem é Stepan Nercessian, que traz uma largueza para a personagem que dá um contraste muito bom para o filme, quando comparado com os outros personagens. O ator parece estar muito à vontade no papel, e isso transparece no seu trabalho, ao fazer uma malandro experiente que é muito agradável de assistir. Uma atuação extremamente competente, que cumpre o seu papel de maneira exemplar.
Também vale ressaltar o trabalho das sempre ótimas Mariana Ximenes e Andréa Beltrão, que estão muito boas como mulheres fortes e decididas, que ditam os rumos que os homens tomam na história, com destaque maior para a primeira, que tem mais tempo em cena, e consegue roubar completamente a atenção para si quando aparece, fazendo com que os momentos em que divide a cena com Adnet cheguem a dar pena, pela diferença brutal que existe entre a interpretação dos dois.
Um fator negativo importante do filme é o seu problemático áudio, que apresenta falhas graves. Isto aconteceu na sessão em que eu estava, portanto não sei se isso aconteceu em outras salas (embora eu acredite que sim), mas o fato é que, desde a cena em que Beto e Marco Polo estão na praia com os policiais, ou seja, faltando ainda mais de meia hora de filme, o áudio já está comprometido, apresentando um som tremido, que dificulta muito a compreensão do que é dito. Nas cenas em que há música, como em toda a festa de ano novo, ou na cena no avião, não dá pra entender quase nada do que eles dizem, fazendo com que se perca muitas informações.
De modo geral, é injusto dizer que Os Penetras é um filme ruim, um desastre, e coisas do tipo, e isso se deve quase que exclusivamente a direção de Andrucha Waddington, que traz bastante dignidade ao longa, mostrando que se trata de um trabalho sério, que tinha a intenção de fazer algo verdadeiramente de qualidade. Porém, ele definitivamente também não pode ser encarado como um filme bom, que diverte do início ao fim, pois apresenta vários problemas.
Mas essa é a minha opinião, que talvez não seja a mais correta, visto que o público que quase encheu a sala em que eu estava, parecia ter se divertido com o filme. E tomara que ele faça milhões de espectadores, e que estes se divirtam com o que vejam, e fiquem satisfeitos, coisa que eu não fiquei

Os 5 segredos do sucesso de "A Era do Gelo"

Dez anos após a sua estreia nos cinemas, o trio formado pelo mamute Manny, pela preguiça Sid e pelo tigre dente-de-sabre Diego volta às salas de exibição em "A Era do Gelo 4", que estreou na sexta (29 de junho) no Brasil.
O novo filme chega para colocar a franquia da 20th Century Fox na casa do segundo bilhão de dólares - somadas, as três animações anteriores arrecadaram US$ 1,92 bilhão (R$ 3,9 bilhões).
Veja abaixo cinco razões que fazem de "A Era do Gelo" um sucesso de bilheteria.
O esquilo Scratch
Enquanto a maior parte da história é tomada pelos dilemas do trio de protagonistas, o esquilo Scratch rouba as cenas com uma sub-trama na qual faz de tudo para preservar uma noz. Sua importância para a franquia é tanta que os teasers iniciais de "A Era do Gelo 4" só mostravam o pequeno roedor.
Divulgação
O esquilo Scratch, de "A Era do Gelo"
Apelo infantil
Enquanto algumas animações se preocupam em agradar não apenas aos filhos mas também aos pais, inserindo piadas que façam sentido ao público adulto, "A Era do Gelo" não esconde a predileção pela audiência infantil.
Nesse ponto, a preguiça Sid, dublada na versão original pelo ator John Leguizamo, é o grande atrativo. Inocente, atrapalhada e com um enorme coração, ela é a grande criança dentro do filme, que acaba arrumando confusões para os sisudos Manny e Diego.
Animais fofos
Longas de animação protagonizados por animais têm grande apelo comercial. Entre as cinco maiores bilheterias de desenho nos cinemas, duas são protagonizadas por bichos ("O Rei Leão", de 1994, e "Procurando Nemo", de 2003) e outras duas têm animais em papéis de destaque (o Burro e o Gato de Botas roubam a cena em "Shrek 2", de 2004, e "Shrek Terceiro", de 2007).
Acréscimo do 3D
Não foi por acaso que o terceiro "A Era do Gelo" se tornou a maior bilheteria da franquia. Dos filmes já lançados, ele é o único que fez uso da tecnologia 3D, fator que aumenta o valor do ingresso em aproximados 30%.
Com isso, a bilheteria de "A Era do Gelo 3: Aurora dos Dinossauros", de 2007, superou o faturamento do primeiro em US$ 503 milhões (R$ 1,04 bilhão) e do segundo em US$ 231 (R$ 478 milhões).
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O cineasta brasileiro Carlos Saldanha
Talento brasileiro
Os três primeiros filmes de "A Era do Gelo" serviram para mostrar a competência do brasileiro Carlos Saldanha na direção.
Enquanto no primeiro filme, de 2002, ele atuou como codiretor ao lado de Chris Wedge, nas animações seguintes Saldanha mostrou competência e alavancou sozinho as bilheterias - na lista de animações mais rentáveis, o segundo e o terceiro filmes estão sete posições acima do primeiro.
A credibilidade do diretor foi tanta que ele pôde deixar a franquia para dedicar-se a um projeto mais pessoal, a animação "Rio" (2011), cuja história é ambientada em sua cidade natal, o Rio de Janeiro.

Fatal Frame

O Jogo caça fantasma